Cientistas têm uma teoria que explica o motivo!
Os benefícios do catnip e do matatabi (um pouco mais potente que o catnip), duas ervas que os felinos apreciam bastante, são bastante conhecidos entre os gateiros em geral. Com suas propriedades relaxantes, estas plantas ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade de gatos, além de proporcionar maior sensação de bem-estar e fazer com que os instintos de caça dos felinos aflorem ainda mais – por isso estimulam o felino fisicamente também. Porém, os felinos também gostam de mastigar tais ervas, não apenas sentir seus aromas. E cientistas japoneses e ingleses, das Universidades de Iwate e Liverpool, estavam curiosos para saber por que os gatos mastigam e cospem as folhas de catnip e matatabi, em vez de somente ingeri-las. E, por isso, resolveram investigar por que os gatos tinham este comportamento, com a suspeita de que eles não estavam experimentando o efeito medicinal esperado ao engolir apenas as plantas.
E os cientistas perceberam algo muito curioso a partir deste estudo: ao mastigar e cuspir tais folhas, os gatos fazem com que maiores concentrações de repelentes naturais de insetos sejam liberadas das plantas. Tanto a erva-dos-gatos (Nepeta cataria) quanto a matatabi (Actinidia polygama) produzem substâncias químicas de um grupo chamado iridoides, que repelem mosquitos, moscas, baratas e possivelmente outros insetos e ácaros. Interessante não? Os cientistas perceberam também que a maioria dos gatos, por outro lado, muitas vezes ficam se lambendo, mastigando, rolando e esfregando o corpo nas plantas. A japonesa Tamako Miyazaki e seus colegas se perguntaram por que os gatos (e os felinos selvagens também) têm essas reações e descobriram que, quando eles esfregam a cabeça nas folhas das plantas, eles se cobrem com nepetalactol, um composto iridoide que repele os mosquitos. Como consequência, o número de mosquitos que pousam no animal diminui, ajudando na proteção contra picadas. “Em conclusão, a resposta característica dos gatos ao nepetalactol fornece um exemplo importante de defesa química contra pragas utilizando metabólitos vegetais em mamíferos não humanos. Estas descobertas fornecem uma nova visão sobre esta resposta felina induzida por plantas, cujo significado biológico foi questionado pela primeira vez na cultura científica popular há mais de 300 anos”, diz Tamako, que ainda continua: “no entanto, a função biológica e o mecanismo subjacente desta descoberta ainda permanecem indeterminados”, conclui a cientista, que, junto dos demais pesquisadores, publicou um artigo científico sobre o tema em janeiro de 2021 na revista Science Advances (www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abd9135).