Coriza e febre são sinais de Rinotraqueíte

Reações de deixar qualquer proprietário de bichanos comovido e, com toda certeza, abalado. Febre, coriza, depressão, desidratação e conjuntivite estão entre os males que podem atingir os gatos ao contraírem a Rinotraqueíte Viral Felina. Causada por um herpesvírus (FHV-1), a Rinotraqueíte é altamente contagiosa, sendo responsável por cerca de 45% das infecções respiratórias felinas.

 Os primeiros sinais de Rinotraqueíte são espirros, febre, conjuntivite e salivação. Como a doença progride, anorexia e depressão podem ser observadas no curso da enfermidade. Nas infecções crônicas, em casos de estresse e reativação da replicação do vírus, os sintomas costumam ser mais brandos, com espirros esporádicos e secreção nos olhos e nariz. Embora poucos gatos adultos morram por Rinotraqueíte, a taxa de mortalidade entre filhotes afetados pela doença pode chegar a 60%.

  Uma das formas de prevenir a doença é a vacinação. As opções de vacinas são: tríplice (a mais usada), quadrupla e a quíntupla.  “As vacinas podem prevenir o desenvolvimento da doença e diminui-se bastante a transmissão entre os animais, controlando a disseminação do agente infeccioso entre as populações de felinos”, reforça a médica veterinária Malê Del Barrio, professora da PUC – Poços de Caldas (MG). 

  Outra forma frequente de propagação dos vírus da Rinotraqueíte é a transmissão indireta por meio das mãos daqueles que lidam com os gatos ou por utensílios contaminados, por exemplo vasilhas sanitárias e objetos como camas, cobertas, brinquedos, gaiolas ou até mesmo as roupas de pessoas que tenham manipulado os doentes. Portanto, a lavagem rotineira das mãos é imprescindível no manejo dos felinos. A desinfecção do ambiente, bem como dos utensílios, é indispensável para eliminação dos vírus. A doença é transmitida por contato direto, de forma bastante semelhante à gripe humana, por meio do contato com as secreções do nariz ou olhos e também por espirros.

  Segundo a Drª Malê, o animal está sujeito a contrair a doença em todas as fases de sua vida. Alguns gatos mantêm uma infecção latente (dormente), que pode ser reativada em períodos de estresse. Fêmeas positivas podem reativar a infecção durante a amamentação, transmitindo o agente para os filhotes que, em virtude de uma imunidade imatura, podem desenvolver sintomas graves precocemente. Contudo, a infecção pode ocorrer durante toda a vida do animal. “A minimização do estresse é a grande chave da atualidade para controlar a gravidade da doença em grandes aglomerados. Diminuir a competição social e a instabilidade individual gerada em populações muito grandes reduzem significativamente a intensidade e a frequência da doença clínica”, explica a médica veterinária.

 Prenhes 

As gatas gestantes não correm risco de morte. No entanto, há relatos de comprometimento reprodutivo dessas fêmeas. Pode haver a pseudoinfertilidade (absorção embrionária no início da gestação) e aborto eventual. Aliás, o abortamento pode ser uma consequência da infecção aguda em uma fêmea prenhe não imunizada contra o FHV-1 por vacinação prévia ou por exposição natural. Filhotes infectados dentro do útero ou logo após o nascimento podem morrer em decorrência de hepatite e encefalite, desenvolvendo a chamada Síndrome do Definhamento do Neonato. Eles param de mamar, choram constantemente e morrem por hipotermia, hipoglicemia e desidratação. “Se uma fêmea fica doente durante a gestação, opta-se pelo tratamento sintomático e faz-se uma expectativa quanto aos filhotes. Logo no nascimento, o ideal é apartá-los da mãe e colocá-los com uma ama de leite ou introduzir o aleitamento artificial”, revela a professora.