Facebook: @Kurilian Bobtail Brasil
•De onde veio? Natural das ilhas Curilas e Sacalinas, situadas entre a Rússia e o Japão, existem documentos de ao menos 200 anos que comprovam a presença desses gatos com cauda curta de pompom, que parecem coelhos vistos de trás. Trata-se de uma raça deformação natural (ou seja, surgiu sem interferência humana) e que desde cedo demonstrava especial talento para caçar ratos e outros pequenos animais (continua sendo comum encontrar esses gatos de cauda curta nas casas dos moradores das ilhas Kuril). No início dos anos 1990, duas admiradores de felinos, Lilia Ivanova, do gatil Kunashir, e Tatiyana Bocharova, do gatil Renessance, viajaram pela região e se interessaram pelos bichanos. Resolveram criá-los e transformá-los em raça oficial: o Kurilian Bobtail. O desafio desse começo foi de ordem cultural, pois a Rússia deu os primeiros passos na gatofilia tardiamente – apenas nos finais dos anos 1980 o hobby passou a ganhar força por lá, enquanto nos demais países já tinha se consolidado havia décadas. Lilia e Tatiyana, no entanto, não desanimaram e, aos poucos, conseguiram apoio de algumas pessoas. As primeiras federações do segmento que reconheceram a raça foram a WCF, em 1995, e a FIFe, em 2002. Em 2012 a Tica permitiu que a raça participasse de suas exposições.
•Peso: De 4 a 9 kg.
•Destaques: Forte, musculoso e robusto. A cauda ideal deve ter entre 3 e 8 cm e de três a oito vértebras, e pode ser em espiral, torcida, em zigue zague ou reta na base com um “gancho” no final (nenhuma cauda é igual à outra, o que torna tal característica especialmente peculiar). Excelente nadador, gosta mais de água que outros gatos em geral: uma torneira aberta é sempre um convite, mesmo que esteja com um jato forte.
•Pelagem: Impermeável, dificilmente se molha. Quase não cai. Há duas variedades: pelo curto (que deve ser escovado uma vez por semana); pelo semilongo (é necessário escovar duas vezes por semana). Na cauda, a pelagem deve ser penteada com cuidado, pois o tutor precisa entender o sentido das vértebras para não o machucar durante a escovação. Ambas as variedades podem exibir diversas colorações, porém as mais populares são: vermelho, preto sem ou com listras (o chamado black tabby), silver tabby, bicolor, tortie (escama de tartaruga, marcação formada pelas cores preta e vermelha ou das suas diluições) e cálico (branco e duas outras cores).
•Como é tê-lo em casa? Dedicado a seus donos, aprecia carinhos e um bom colo. Inteligente, interativo, brincalhão, extrovertido e ágil: gosta de correr e salta com grande facilidade. O Kurilian se relaciona bem não só com familiares, mas também com desconhecidos, a ponto de se deixar acariciar por esses últimos e pode até deitar-se próximo, mesmo que seja primeira vez da visita na casa. É sociável com outros gatos e animais. Não é do tipo que pede colo com frequência ou vive seguindo o dono. Apesar de não ser muito vocal (nem fêmeas no cio são barulhentas), o Kurilian emite um miado bem particular, suave, curto, moderado e um pouco rouco.
•Revisão técnica: Andrea Masini, gatil Sons of Avalon.
Por Samia Malas