Brasil volta a participar do Mundial

Promovido desde 1990, trata-se do mais importante evento anual da Fédération Internationale Féline (FIFe), que possui associações afiliadas em 40 países, entre eles o Brasil.

Pandemia causou o cancelamento da edição de 2020 e restrições de entrada na de 2021, que foi fechada para a Europa

Foto: Divulgação

Em 29 e 30 de outubro, foi realizada a edição 2022 do Fife World Show, no salão de Eventos Nekkerhal, em Mechelen, Bélgica. Promovido desde 1990, trata-se do mais importante evento anual da Fédération Internationale Féline (FIFe), que possui associações afiliadas em 40 países, entre eles o Brasil: sua única representante por aqui é a Federação Felina Brasileira (FFB), que conta hoje com cinco clubes afiliados – Amacoon, Felisul, Gato Grupo, Clube Brasileiro do Gato (CBG) e Rio Cat Clube.
Este ano o Mundial reuniu mais de 1.300 gatos, de cerca de 30 países e de 40 raças. Ao redor de 3 mil visitantes e apreciadores de felinos estiveram presentes durante os dois dias do evento. Tratou-se da primeira edição genuína do Mundial após a pandemia: em 2021, na Itália, ninguém do Brasil pode ir. “Em 2022 todos puderam participar sem restrições e a atmosfera de reencontro foi o ponto alto”, comenta Gerson Alves, presidente do CBG. ”O Mundial marcou o retorno pós-pandemia, cheio de abraços calorosos e lindos gatos, uma concorrência absurda”, relata Rodrigo Araújo, presidente do FFB. “Foi um evento muito bem organizado, com exemplares de qualidade realmente impressionante”, concorda Gerson, um dos 26 juízes que atuaram no grande evento.
O saldo nacional foi muito positivo: por exemplo, cinco gatos brasileiros foram nominados (NOM), ou seja, indicados para as finais, que consistem na disputa pelo Best in Show, dado ao melhor gato de sua classe (pela FIFe elas são: kitten/filhote, de 4 a 7 meses; junior, de 7 a 10 meses; fêmeas adultas inteiras; fêmeas adultas castradas; machos adultos inteiros; machos adultos castrados) em cada uma das quatro categorias existentes na entidade. Ao todo, pouco mais de 100 felinos foram nominados na edição de 2022 do Mundial.
Após tal classificação, o exemplar se junta a outros gatos também convocados (o número varia conforme a categoria). Então, cada um dos juízes presentes – em número equivalente ao dos gatos nominados – vota em um deles: o mais votado recebe o Best in Show e, no caso de uma Exposição Mundial, o consequente título de world winner (campeão mundial.

ENTRE OS MELHORES DO MUNDO

Foto: Cat’chy Images by Nynke

Rodrigo e o marido Fabio Lobo, do gatil Aruak, de Salvador, já participaram de cinco Mundiais, sempre com Siameses ou Orientais. Para a FIFe, as duas raças são “irmãs”, formam uma espécie de grupo rácico e concorrem na categoria 4, que reúne também o Abissínio, Don Sphynx, Peterbald, Sphyx entre outros. Desta vez, Rodrigo e Fabio competiram com três gatos: Obisiana, Lijean e FireFox. Este último, um Oriental cujo nome de pedigree é NW BR* Aruak Sia Firefox, foi o nominado. Ele tem 2 anos e concorreu na classe para machos adultos inteiros. “Nas finais, Firefox inclusive recebeu voto, o que o colocou entre os quatro melhores, mas outro gato foi campeão mundial”, ressalta Rodrigo. “No total o nosso gatil tem atualmente seis nominações”, relembra Rodrigo. Além dessa na Bélgica, uma na Áustria, em 2016; outra na Holanda, em 2017; uma na Alemanha, em 2019; e duas na Finlândia, em 2018, sendo que uma delas levou a fêmea de Siamês Phoenix a ser campeã mundial.

Foto: Francisca Steenks


Ainda pela categoria 4, a Don Sphynx GIC BR* Anges d’Argent Tatyana Don, de 3 anos e meio, também foi nominada para o Bestin Show– no caso dela, na classe para fêmeas adultas inteiras. “É uma categoria difícil, com muita concorrência e me emocionei em ter uma gata entre as seis fêmeas finalistas”, afirma sua proprietária, Renata Garcia, do gatil Anges D’Argent, de São Paulo. “Foi o primeiro gato da raça Don Sphynx a ser nominado em um World Show”,ressalta ela, que, no total, competiu com quatro exemplares nesta que foi sua segunda participação em Mundiais. ”A raça não é só rara no Brasil: mesmo dentro da FIFe há poucos criadores que se dedicam a ela – tanto que nas duas vezes que competimos no Mundial os nossos gatos eram os únicos Don Sphynx”, explica Renata, que mantém o gatil junto do marido, Marcelo Betcher. Este ano Tatyana também sobres-saiu nas exposições nacionais: ela, inclusive, será aclamada um dos 15 gatos National Winner do ano, por ter sido, no caso dela, a fêmea que mais somou pontos em sua categoria em todas os eventos promovidos pelos clubes filiados a FIFe no Brasil, que contaram com a avaliação de árbitros internacionais. “Esses títulos vão tornando a raça mais conhecida entre os juízes, que cada vez prestam mais atenção para o Don Sphynx”, finaliza Renata.

Foto: Cat’chy Images by Nynke


Luis Otávio e Thais Lotti Credie, do gatil Lotie, de São Paulo, concorreram com três Persas. Entre eles, duas fêmeas foram nominadas para disputar o título de campeãs mundiais: GIC BR* Lotie Atlantis e BW’22 Yennefer of Saint Christin *BR JW”. Ambas competiram na classe de fêmeas inteiras da categoria 1, que reúne também o Exótico, Ragdoll, Sagrado da Birmânia e Turkish Van. “Participar e ser nominado para a final em uma exposição tão grande e com competidores do mundo inteiro é muito gratificante, o reconhecimento de um trabalho”, comenta Luís Otávio. Considerando participações anteriores em Mundiais da FIFe, ele e Thais somam 15 nominações, todas com Persas, sendo que quatro deles se consagraram campeões mundiais: Black, Charlie, Katniss e Lex. “O título máximo não veio dessa vez, mas trabalharemos para que isso ocorra em 2023”, completa ele.

Foto: Cat’chy Images by Nynke
Foto: Cat’chy Images by Nynke


Danieli e Lucas Cypriano, do gatil paranaense Miadore, inscreveram dois gatos da raça Norueguês da Floresta, mas participaram apenas com a filhote SE* Tough Luck’s Fancy Nancy, que competiu na categoria 2 (reúne também outras raças de pelo semi longo, caso do Maine Coon, do Neva Masquerade e do Siberiano), na classe para gatos entre 7 e 10 meses de idade.
“Ela foi nominada e recebeu voto na final”, ressalta Danieli, que acrescenta: “Também obteve o Best in Variety (BIV), ou seja, melhor em sua cor em sua classe, na qual ela acabou de entrar – tinha apenas 7 meses e 1 semana. Ainda assim, competiu e venceu o BIV e NOM contra gatos mais velhos: estamos extremamente orgulhosos dela”, diz Danieli, também criadora e proprietária do Norueguês da Floresta Mingus, campeão mundial em 2017 e em 2019. Nancy nasceu na Suécia, no gatil Tough Luck’s, de Linda e Nicklas Liljehammar.

Foto: Cat’chy Images by Nynke

TAMBÉM MERECEM DESTAQUE

David Souza e Tatiana Fabichak, do gatil Whiskers’n Tails, participaram com dois gatos, da raça Maine Coon: CH BR*Cardigans Worlock JW (Sandro) e BR*Whiskersntails Excelsior JW (Celso). Eles competiram na categoria 2, na classe para machos adultos inteiros. “O Worlock obteve o certificado de campeão internacional e o Celso ficou em 2ºlugar na disputa por tal certificado”, comenta Tatiana, que acrescenta: “Saímos do Brasil e enfrentamos viagens de 18 a 20 horas – entre voos e conexões – para chegarmos e podermos participar e, assim, representar o nosso País neste show gigantesco já torna estes gatões nacionais vitoriosos”.

Foto: Silvia Pratta


Ângela e Renato Stoicov, do gatil Cardigans, de São Bernardo do Campo, SP, também participaram com dois exemplares da raça Maine Coon no Mundial da FIFe. Um deles, NW17’18 GIC BR*Cardigans Jerry Cantrell JW DVM, tem 5 anos e competiu na classe para machos adultos inteiros. Já a fêmea BR*Cardigans Gisele Bündchen concorreu na classe para filhotes de 4 a 7 meses. “O macho conquistou o certificado de aptidão ao campeonato supremo e, com ele, se tornou supremo campeão: estamos muito orgulhosos”, diz Angela. “Já a filhotinha ficou em 2º lugar na competição pelo certificado de excelência e, mais tarde, a gatinha que ficou em 1º lugar disputou a nominação pelo Best in Show e saiu vitoriosa”, completa ela.

Foto: Arquivo do gatil Cardigans
Foto: Arquivo do gatil Cardigans


Ao todo, nosso país contou com 25 gatos inscritos, número menor que em 2019, mas maior do que de muitas nações europeias. Mais três outros gatis brasileiros competiram e também obtiveram prêmios de destaque. Entre eles, Alessandra Lui Moretti, do gatil Vanlui, de São Paulo, que, em edições passadas viu dois Persas de sua criação e propriedade serem consagrados campeões mundiais: Albus e Belatriz. Junto de Alessandra participou do evento Rosangela Fitaroni, a primeira brasileira a concorrer em um Mundial da FIFe com um gato doméstico sem raça definida, na categoria house cats. Alex Martins, do gatil paulista Daruma, também participou. Em edições passadas do evento, dois Exóticos de propriedade dele obtiveram o título de campeões mundiais: Mika e Piropo. Outro que competiu foi o gatil Waldkatze, de Salvador, dedicado ao Norueguês da Floresta. “Foram muitas emoções na edição 2022 do Mundial na Bélgica, que contou com um clima de bastante alegria e felicidade por estarmos novamente juntos”, diz Sabrina Jarna, proprietária do gatil junto de Rafael Lima.

Agradecemos a participações de Alessandra Lui Moretti, gatil Vanlui – [email protected]; Alex Martins, gatil Daruma – (15) 99121-0389, [email protected]; Âmgela e Renato Stoicov,do gatil Cardigans – (11) 99709-4289, www.cardigans.com.br; David Souza e Tatiana Fabichak, gatil Whiskers’n Tails – (11) 97636-7411, 99191-1463, www.whiskersntails.com.br; Danieli e Lucas Cypriano, gatil Miadore – (41) 99661-8691, 99661-8690, www.gatilmiadore.com, [email protected]; Fabio Lobo e Rodrigo Araujo, do gatil Aruak – (71) 99977-0724, [email protected], [email protected]; Luis Otávio Credie e Thais Lotti Credie, gatll Lotie – (11) 95295-1000, www.lotiepersians.com, [email protected]; Renata Garcia e Marcelo Betcher, gatil D’Argent – (11) 99268-2850, [email protected] e Sabrina Jarna e Rafel Lima, gatil Waldkatze – (71) 99646-6494, www.waldkatze.com.br


Por Samia Malas

 


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