Conheça um pouco do trabalho do artista paulistano Cláudio Barake, um apreciador do belo, da vida e dos animais
O trabalho do artista paulistano Cláudio Barake é algo que agrada e enche os olhos de qualquer apreciador de arte. Não precisa ser gateiro ou tutor de cão para gostar das cores, formas e do estado de espírito do animal ali representado. Com inspirações no Impressionismo, corrente artística que tem como expoentes nomes como Monet, Manet, Degas, Renoir e Van Gogh, o paulistano consegue retratar a beleza da natureza. “Uma pintura minha tem de 8 a 12 camadas de tinta a óleo ou acrílico, o que traz grande luminosidade e durabilidade das cores, que, com a ajuda de bons materiais, permanecem vigorosas ao longo dos anos”, explica o artista, que quando faz um retrato, gosta de interagir com o animal, conhecê-lo e captar sua essência. “Claro que, com a modernidade – ainda mais na pandemia –, acabamos nos adaptando e nos inspirando em fotos também. Mas o que eu gosto é trazer a emoção daquele animal, mostrar o que ele é em essência, como espécie”, comenta Cláudio, que faz uma crítica ao comportamento humano, egocêntrico, de querer sempre transformar o animal de acordo com sua conveniência. “Tenho um grande respeito por todas as espécies de animais. O Homem sempre interferiu na Natureza e agora, na pandemia, provou um pouco do próprio veneno, se encontrando enjaulado e tolhido de suas liberdades e direitos”, filosofa. Por esse motivo, o artista aprecia bastante a pintura de mães felinas e caninas, pois na maternidade é possível mostrar ao Homem como é bonita e natural a relação das fêmeas com a prole. “A imagem da mãe dando carinho, amor, afeto e cuidando de seus filhotes com paciência é algo que retrata a maternidade em sua plenitude”, diz.
Esculturas
Além das pinturas, Cláudio também trabalha com esculturas. Na verdade, esculpir é algo que ele sempre teve o dom, antes mesmo de estudar arte e se definir como artista. “Desde muito cedo, percebi que tinha tal habilidade”, revela Cláudio, que tem em seu currículo de formação o famoso Baltimore Institute, dos Estados Unidos, entre outras escolas de arte em países como a Itália.
Antigamente, Cláudio se dedicava a esculturas em bronze e aço inoxidável, entre outros metais, além de argila queimada. Nos últimos seis anos, o artista reduziu consideravelmente o uso desses materiais e se descobriu no papel reciclado ou papel maché, como também é conhecido. “Aqui no Brasil, esse tipo de material ainda enfrenta muito preconceito, pois é visto como artesanato, mas no exterior ele é amplamente usado por artistas e tem maior valorização”, compartilha. O material reciclado, além de ser sustentável, permite ao autor da obra um trabalho diferenciado, com técnicas que Cláudio tem aprimorado com muito estudo. “Uma peça pequena nesse material exige de 8 a 12 caixas de papelão e demora de 6 a 8 meses para ficar pronta. Esse tipo de escultura é feita de dentro para fora, em camadas, ou seja, é completamente diferente dos demais materiais, que são moldados por fora”, ensina Cláudio, que tem descoberto fatos interessantes sobre o material em suas pesquisas. “Além de ser durável, o material reciclado pode ser facilmente consertado em caso de avaria. Em minhas pesquisas, descobri, por exemplo, que nos séculos 16 e 17 usava-se papel para se construir móveis”, acrescenta o artista.
Inspirações
Como todo artista, Cláudio Barake tem suas inspirações prediletas. Embora aprecie pintar e esculpir diferentes animais, até os selvagens, o felino está no topo, seguido pelo cão. Tutor de três gatinhos, Badú, Aladim e Algodão, o artista também tem um histórico na criação de cães da raça Fila Brasileiro – pela qual consagrou 35 anos de sua vida. “Entre todos os animais que pinto, cães e gatos são imbatíveis até na preferência do público”, compartilha. “Identifico que os amantes de gatos são diferenciados no trato com o animal de estimação, os amando com maior respeito e apreciando mais a personalidade e as particularidades da espécie. É uma relação mais espiritualizada. Talvez por isso me encanto mais por retratar felinos”, desabafa. “A inspiração sempre deve ser o amor”, finaliza Cláudio.
Saiba mais:
barakesculptor.blogspot.com
barakepapiermache.blogspot.com
barakepainter.blogspot.com
Por: Samia Malas
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