Cientistas descobriram que chegar em casa e encontrar um gatinho ronronando à espera muda o estado de espírito das pessoas: a pressão sanguínea diminui, o estresse e a ansiedade são reduzidos. É como se você entrasse e os problemas do dia a dia ficassem para fora. Isso deixa os gateiros mais distantes de um dos principais males da atualidade: a depressão. Mas por que isso só foi descoberto agora, já que as vantagens de se ter um gato são conhecidas desde 2.000 anos antes de Cristo? O fato é que, embora se saiba que o convívio com felinos seja uma espécie de tranquilizante, não havia nada que comprovasse cientificamente o valor terapêutico dessa convivência.
Gatos são seres especiais, cativantes, altivos, independentes e extremamente carinhosos com quem eles querem. Portanto, se você quer ter as vantagens e benefícios desse entrosamento, esforce-se um pouquinho e logo verá seu humor melhorar. Só depende de você, pois eles existem aos milhares em todos os cantos do planeta, de várias espécies e pelagens, como também de comportamentos distintos.
Não é à toa que no antigo Egito, os bichanos eram cultuados e associados aos poderes benéficos do sol, simbolizados pela deusa Bastet. Acreditava-se, por exemplo, que eles enxergavam e protegiam os lares de espíritos malignos, com poderes para garantir equilíbrio das forças no ambiente em que vivem.
Talvez seja por isso que o gatil da Associação Amigos dos Animais de Campinas (AAAC), no Vale dos Amigos, seja um dos lugares mais relaxantes e de paz do abrigo. Lá vivem cerca de mil gatos resgatados, vítimas de maus-tratos, mas que agora se sentem protegidos nesse ambiente de 3.000 m² especialmente preparado para eles.
Mas o abrigo não é a melhor opção para nenhum animal, embora hajam poucas alternativas em uma sociedade em que a proliferação dos felinos supera em 300% à dos cães, conforme estudo coordenado pela Universidade de São Paulo (USP), em 2012. Constatou-se, na época, que a população canina cresceu 59%, enquanto a de felinos chegou a 158%.
Os gatos, portanto, mostram o quanto são adaptáveis ao meio urbano. Eles estão entre nós em todos os cantos. São cerca de 300 no Coliseu, em Roma. Colônias incontáveis em praticamente todas as praças do Rio de Janeiro. Em Campinas estão em colégios, parques e até cemitérios.
O melhor lugar para eles, entretanto, é um lar, com uma família. Na sociedade moderna, são os bichinhos mais indicados para apartamentos, contanto que sejam telados, é claro. São animais limpos, quietos, tranquilos e que adoram carinhos. Se tiverem alimentação e segurança, eles retribuem com o melhor de sua essência: o jeitinho meigo que desperta a sensação de paz.
Quer adotar? Siga o passo a passo
Se você estiver decidido a abrir o seu lar para um gatinho, é importante seguir algumas recomendações básicas:
1) Preparação: Se você mora em apartamento, tele as janelas para evitar acidentes. Se você mora em casa, o cuidado deve ser redobrado: muros baixos facilitam os passeios e, consequentemente, os riscos. O ideal é fechar o ambiente para que ele fique apenas na área da sua residência.
2) Adote: Qual gato será o escolhido? Nossa recomendação é pela adoção, pois são milhares de bichanos abandonados. Procure uma ONG e veja os animais para adoção. Certamente um deles estará a sua espera.
3) Adulto ou filhote? Se você preferir um filhotinho, terá um pouco mais de trabalho, porque ele exige acompanhamento durante as primeiras semanas até se tornar mais independente. No caso dos adultos já é mais fácil, mas em compensação, eles tendem a querer fugir nos primeiros dias.
4) Cuidados: Tanto filhote como adulto precisam de uma consulta veterinária, para verificar o estado de saúde e, em seguida, ser vacinado e vermifugado. Adulto precisa ser castrado. Recomenda-se ração de boa qualidade, com nutrientes que garantam o suprimento das necessidades básicas.
5) Limpeza: Os gatos são extremamente limpos e higiênicos. Uma caixinha de areia é tudo o que precisam para fazer suas necessidades.
6) Monotonia: É preciso atenção especial para os felinos, pois eles são ativos e adoram brinquedos, mas se cansam facilmente das mesmas diversões. Por isso, mude sempre as atrações de lugar e de altura.
Flávio Lhamas, Presidente da Associação Amigos dos Animais de Campinas (AAAC)