“Microchipagem”: segurança para seu pet

Identificar seu animal por meio da “microchipagem” é uma das regras básicas do conceito de guarda responsável. Embora esta prática ainda não seja usual no Brasil, muito tem sido feito pelas municipalidades para tornar esta prática corriqueira por aqui.

Aliás, em muitos países, a “microchipagem” é obrigatória e os próprios donos de pet procuram pelo serviço para garantir a segurança de seus bichinhos. Para saber mais sobre o assunto, a revista Pulo do Gato entrevistou o Dr. Gustavo Mantovani, médico veterinário do Instituto CãoChorro e responsável técnico pelo projeto CãoChorro & Outros Bichos – Integração Para A Posse Responsável. Confira!
 
RPG – O que é a “microchipagem”? Qual a sua importância?
Dr. Gustavo – Trata-se de um método de identificação eletrônica no qual um pequeno circuito (microchip + antena) envia uma “mensagem” através de radiofrequência para uma leitora que codifica e apresenta essa mensagem em forma de números. Esse número é único e intransferível, ou seja, ficará com aquele animal para sempre.
Todo microchip deve ser devidamente cadastrado no banco de dados nacional. Considerando que o primeiro passo rumo à guarda responsável de animais é a identificação de nossas mascotes, a “microchipagem” é de suma importância. Hoje a identificação através de microchip é a mais utilizada ao redor do mundo e sem dúvida é a tendência mais que evidente de padronização nos países onde ainda não é obrigatória. Nos países onde já é utilizada, as estatísticas são mais que positivas e regularmente são relatados casos de reunião entre animais e proprietários. Vários animais são resgatados e literalmente salvos de serem sacrificados. Tudo graças ao microchip.
 
RPG – Como é feita? Existe a possibilidade de uma reação alérgica ou rejeição por parte do organismo?
Dr. Gustavo – A implantação do microchip é feita por médicos veterinários e não requer qualquer tipo de preparação específica, além de uma antissepsia rotineira.
Para cães e gatos a implantação é feita no subcutâneo na região entre as escápulas (nuca). O procedimento é muito parecido com qualquer tipo de injeção subcutânea, como as vacinas e medicamentos injetáveis, e a grande maioria dos animais não demonstra qualquer desconforto. O transponder (nome tecnicamente correto do microchip) é esterilizado para evitar qualquer reação negativa por parte do animal, e os materiais usados em sua composição são biocompatíveis.

RPG – Há necessidade de trocar o microchip depois de algum tempo?
Dr. Gustavo – Não. O microchip é implantado uma única vez e não requer qualquer tipo de manutenção.
 
RPG – Quais as medidas de segurança do microchip? Onde surgiu?
Dr. Gustavo – Como disse, os poucos componentes eletrônicos ficam encapsulados em BioVidro, ou seja, um material desenvolvido para não gerar qualquer tipo de reação quando em contato com o corpo do animal. Outra medida de segurança adotada pelos fabricantes é o dispositivo antimigratório. Uma minúscula película, ou às vezes uma cápsula envolve o transponder para garantir que ele não saia do local de implantação e “ande” pelo corpo do animal. A tecnologia bem primitiva do que hoje conhecemos como microchip surgiu na União Soviética nos anos 40. Logo depois no Reino Unido também foi empregada durante a Segunda Guerra Mundial nos aviões. E finalmente no início dos anos 70, nos Estados Unidos, aparece o sucessor do microchip, que utilizamos atualmente.
 
RPG – Em quais estados ou municípios seu uso é obrigatório no Brasil? É exigido por companhias aéreas ou outros países?
Dr. Gustavo – No Brasil já existem várias cidades que possuem leis de obrigatoriedade quanto à identificação de animais por microchip. São muitas, e algumas como Americana-SP foram além e implementaram um projeto específico para o bem-estar animal (Saiba mais: www.caochorro.com.br). Na verdade a exigência é para a entrada no país, então as companhias aéreas mais que corretamente começaram a solicitar que todos os animais possuam microchip antes de embarcarem. É outra tendência a ser adotada em todos os aeroportos mundo afora. A comunidade europeia, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão, Irlanda e muitos outros países já exigem a identificação com microchip.
 
RPG – Quanto se paga atualmente para “microchipar” um animalzinho no Brasil?
Dr. Gustavo – Por tratar-se de um serviço relativamente novo e, principalmente, por não haver nenhum tipo de regulamentação por parte dos órgãos competentes, os preços podem variar de cidade para cidade, ou de estado para estado.
Em clínicas veterinárias o mais comum é encontrar preços partindo de 50 e 60 reais em algumas cidades consideradas pequenas; e partindo de 80 a 100 reais em cidades maiores.