Horta para os felinos.

Foto de Imazite por Pixabay

Saudável, grama auxilia gatos a expelirem as indesejadas bolas de pelo.
Conheça os tipos recomendados e evite que seu amigo se intoxique

Apesar de serem carnívoros, os gatos também gostam de comer um vegetalzinho de vez em quando. Mas eles não variam o cardápio para torná-lo mais rico ou colorido. Não mesmo! Afinal, são felinos: adoráveis e fofos caçadores.

Os bichanos procuram pelas plantas devido às fibras que possuem, pois elas auxiliam no trato intestinal deles. Com certeza você já reparou que seu gato se limpa o dia inteiro lambendo o próprio corpo. Pois é, a ingestão de plantas os ajuda a vomitar as inconvenientes bolas de pelo. Acontece que quando ele se lambe, pelos engolidos vão se alojando em seu estômago ou nos intestinos, prejudicando a digestão dos alimentos. Sendo assim, felinos procuram uma forma de eliminá-los.


E não é apenas por causa das bolas de pelo! Instintivamente, eles degustam folhas assim que identificam que algo está causando incômodo em seu trato gastro-intestinal. “Por ser carnívoro, o gato não possui determinadas enzimas que digerem as folhas e, assim, costuma vomitá-las. Com isso, é bem provável que ele regurgite aquilo que o está incomodando”, explica a veterinária especializada em felinos, Laila Massad. Caso os pelos não sejam expelidos, podem causar desconforto no intestino.

Monte uma horta para seu bichano

“A graminha que eles comem também ajuda na passagem do bolo fecal, auxiliando na eliminação da bola de pelo pelas fezes”, completa.
Há casos de gatos que também gostam de degustar uma bela “salada”. “Alguns felinos comem as graminhas apenas por prazer ou hábito”, comenta a veterinária. Por isso o tutor precisa ficar muito atento à curiosidade do pet. Muitas plantas são tóxicas para os gatos e podem causar fortes reações alérgicas e, até mesmo, matá-los.


A lista de perigos em forma de folhas e flores é extensa: Dama da Noite, Comigo-Ninguém-Pode, Lírio e Azálea são alguns exemplos.
Caso o animal ingira tais plantas tóxicas, não espere ele esboçar sintomas de intoxicação para procurar um médico veterinário de sua confiança. Somente o profissional poderá avaliar a situação e tratar seu amigo (saiba mais sobre plantas venenosas na edição 85 da Pulo
do Gato).

Criar uma “horta” para seu companheiro felino pode ser uma ótima opção. Você evita que ele se intoxique com outras plantas e ainda o ajuda fornecendo fibras úteis para a digestão. Para isso, você precisará de um vaso e um espaço seguro para alojá-lo. Escolha um que seja grande o suficiente para evitar acidentes. Gatos gostam de puxar a graminha com os dentes e há risco de o recipiente tombar caso seja pequeno e muito leve. Se tiver mais de um bichano, disponibilize outro vaso, assim você evita
que derrubem o vaso ou que briguem pela planta.

As gramas específicas para felinos podem ser adquiridas em pet shops e clínicas veterinárias. Há várias marcas e opções no mercado, que custam cerca de R$15,00 cada. Entre as sementes utilizadas estão o trigo, centeio, azevém e aveia.
De cultivo simples, o milho de pipoca também gemina uma grama saudável, adorada pelos gatos. Basta colocar os grãos na terra adubada e regá-los a cada dois dias, mas atente-se para não encharcar a terra, apenas a umedeça. Até ela crescer, posicione o vaso em uma área ensolarada e distante dos gatos, que podem ficar curiosos e cavar buracos no recipiente.


Vale ressaltar que trata-se do milho em grão, estourado em panelas e não em micro-ondas.
Apesar de benéfica e prática, a ingestão de grama não é essencial nem obrigatória para manter o animal saudável. Laila destaca que os gatos não precisam de carboidratos, pois são carnívoros estritos. Isso significa que todos os nutrientes de que eles precisam estão presentes nas carnes e gorduras. “A grama é considerada um carboidrato, por isso não é imprescindível para a saúde dele”, salienta a veterinária que, mesmo assim, a indica para os animais que apresentam problemas frequentes com bolas de pelos

Dra. Laila Massad Ribas Veterinária de felinos, membro da Sociedade Internacional de Medicina Felina (ISFM) e autora do Portal Medicina Felina www.portalmedicinafelina.com.br